Na mais recente reviravolta das políticas de drogas na Espanha, o Ministério da Saúde, liderado por Mónica García, fez uma declaração forte: a cannabis recreativa não será regulamentada. No entanto, o governo enfatiza um compromisso renovado com o potencial terapêutico da planta.
“Todos os dados disponíveis apontam para a necessidade de regular a cannabis medicinal para atender às demandas de saúde pública, especialmente no tratamento da dor. No entanto, isso não deve ser confundido com a questão das dependências”, afirmou García, citada pelo La Vanguardia.
Embora países como a Alemanha estejam explorando políticas alternativas em relação à cannabis recreativa, García salientou que essa questão está além do escopo de seu ministério.
Mas a abordagem do Ministério da Saúde não se limita apenas à cannabis. Uma visão ampla está em jogo.
O plano abrangente da Espanha também visa combater outras formas de dependência. García anunciou a introdução de leis antitabagismo, expansão de áreas livres de fumo e outras medidas relacionadas ao consumo de álcool, com foco especial na proteção de menores.
No entanto, uma preocupação particular para a ministra é a “medicalização dos problemas cotidianos”, apontando o alto consumo de psicotrópicos, especialmente benzodiazepínicos. Para abordar essa questão, está em desenvolvimento um guia para a prescrição desses medicamentos pelo Comissário de Saúde Mental do Ministério da Saúde.
De acordo com dados do Observatório Espanhol de Drogas e Dependências, substâncias lícitas como álcool, tabaco e hipnosedativos lideram o consumo, enquanto as drogas ilícitas têm uma taxa menor, com a cannabis em destaque.
Por enquanto, o foco do Ministério da Saúde permanecerá na gestão das dependências, tanto na prevenção quanto no tratamento. No entanto, a legalização da cannabis para uso recreativo continuará sendo uma questão pendente.